Intrépidas intérpretes
O que é a interpretação consecutiva e em quais situações é usada?
Da série intrépidas intérpretes
Autora: Meg Batalha
Na interpretação consecutiva, que é um modo de interpretação, o intérprete toma notas durante a fala do orador, e em seguida reproduz para o público o que foi falado. Em geral, sentado ao lado do palestrante, toma notas da fala, em seguida, terminada a intervenção do orador, o intérprete traduz para o público ou para os participantes de cursos, treinamentos ou coletivas de imprensa.
O sucesso de uma boa interpretação consecutiva depende da capacidade de ouvir ativamente, de analisar a fala do orador, saber usar a técnica de tomada de notas para posteriormente reproduzir o discurso de memória, usando as notas mais importantes para que soe como um discurso fluído no idioma a ser traduzido.
Quais aspectos contribuem para uma boa interpretação consecutiva?
1) ouvir e compreender bem o assunto,
2) tomar notas dos pontos mais importantes,
3) reproduzir sucintamente a fala do orador.
Esse preâmbulo é para oferecer ao leitor informação técnica dos desafios com os quais, nós intérpretes nos deparamos. A tomada de notas nem sempre é possível, pois o orador vai usar frases curtas o que impossibilita a tomada de notas, nesse caso o intérprete deve ter a capacidade de memorizar e repetir, traduzindo para o idioma do público o que foi falado.
Creio que até mesmo para explicar o que é interpretação consecutiva pode soar complicado, imagine em situações onde a vida de milhões de pessoas pode estar em jogo. Qualquer palavra, expressão imprecisa pode dar espaço a mal-entendidos. Eu prefiro usar uma técnica que damos o nome de consecutânea, uma combinação de consecutiva e simultânea, mas isso é assunto para outro artigo :).
Nesse filme, Munique, no Limite da Guerra, temos a figura do intérprete que acompanha Hitler em negociações com o governo britânico, ele tem uma postura discreta que se espera de um profissional em situações extremas. No momento atual em que o nazismo volta a pipocar em terras brasileiras é necessário lembrar o horror que a guerra e o ódio trazem para o mundo e suas consequências que aumentam a falta de civilidade entre os povos.
Se você fosse intérprete acompanharia um personagem tóxico como Hitler?
Assista o filme e veja se vale a pena usar essa habilidade para viver uma situação tão dramática!
O ano é 1938. A Europa está prestes a entrar em guerra, e Adolf Hitler se prepara para invadir a Tchecoslováquia. O governo de Neville Chamberlain busca desesperadamente uma solução pacífica, e a pressão não para de aumentar. O oficial britânico Hugh Legat e o diplomata alemão Paul von Hartmann viajam a Munique para uma conferência de emergência. Conforme as negociações avançam, os dois amigos se envolvem cada vez mais em uma teia de artifícios políticos e perigos muito reais. O mundo todo está observando, mas será que é possível evitar essa guerra? E a que custo? Baseado no best-seller de Robert Harris.
Interessante ver a crítica do Jornal Indian Express:
Europe, 1938. Hitler’s Nazi leviathan is extending its tentacles all over mainland Europe. British Prime Minister Neville Chamberlain naively believes the Führer can still be talked out of a full-fledged war. But other British leaders, including Winston Churchill, believe it is futile, and war with Germany is inevitable.
Chamberlain’s tenure was characterised by many such appeasements of fascistic powers. He held diplomatic negotiations with Hitler, and basically offered him the Sudetenland territory in Czechoslovakia he had already in his possession if he toned down his expansionist policies. Hitler being Hitler was happy to feign agreement, but in the following year, annexed the entirety of Czechoslovakia.
Link com crítica completa abaixo:
https://indianexpress.com/article/entertainment/movie-review/munich-edge-of-war-movie-review-netflix-world-war-2-movie-7736501/
Crítica de Laisa Lima no Estação Nerd:
Quando se pensa na tirania de Hitler, é comum que a indagação acerca do pertencimento do aval para as monstruosidades do nazista venha à mente. Por mais que as respostas ainda sejam escassas, Munique discursa em cima dos prováveis coniventes e dos potenciais enganados. Pertencente mais ao segundo grupo, Chamberlain assume uma postura assertiva e curiosamente calma (por mais que o destino de nações dependessem dos seus juízos), ao passo que Legat vê de fora no que o mandante está compactuando indiretamente. A saga desenfreada para a comprovação da necessidade de um afastamento do Reino Unido para com a Alemanha, é cercado por teorias de conspirações que, por mais compreensíveis que sejam, se fazem mais simples de serem aceitas se observadas por um viés cuidadoso e exterior ao contexto, dado os passos milimetricamente calculados, tais quais os de um líder como o primeiro-ministro britânico. Logo, todo o enredo, passando pelo conhecimento de Legat, sua tramóia com Paul, e a continuidade do plano de ambos, entre outros acontecimentos, é estabelecido sem dificuldade para o público – e por isso a resolução parece igualmente fácil.
Crítica completa abaixo:
Estação Nerd