O que faz um tradutor?  

Tradutor é um bicho estranho.

Autora: Maya Bellomo

Editora: Meg Batalha

Uma criatura que vive entre mundos, que desliza imperceptivelmente entre dimensões de cultura e entendimento.

Porém, já conheci vários colegas e percebi um denominador em comum – a falta de denominador. Isso mesmo.

Podem pensar que todos são frutos de lar bilíngues, ou que viajamos o mundo desde pequenos – e em parte é verdade, alguns de nós de fato crescemos já com o fator “traduzir” ativado em nossos cérebros.

Contudo, conheci também pessoas que nunca pisaram pé fora do Brasil, ou que não tiveram experiências de vivência no exterior.

O que faz com que esses queiram ser tradutores, e que sejam excelentes?

Aqui sim temos um denominador. Uma paixão pelas linguagens e pela comunicação.

Para se destacar nesse mundo da tradução é preciso adorá-lo.

Adorar as incertezas da linguagem, as nuances das palavras, a ambiguidade de se estar entre dois mundos para poder conectá-los.

É preciso entender que ao mesmo tempo que se desempenha uma função valorosa, estamos nos bastidores, e assim é preciso.

Não se trata de reconhecimento e louvores, mas de árduo trabalho íntimo de nós mesmos com a palavra, seja escrita ou falada.

Eu não trocaria por nada nesse mundo.