O Frevo “freve”!
O Carnaval é a festa brasileira da celebração de nossa rica diversidade cultural. Dos internacionalmente conhecidos blocos e desfiles de escolas de samba-enredo no eixo Rio-São Paulo aos trios elétricos de axé de Salvador. Hoje falaremos sobre a festa de Carnaval de Recife e Olinda, em Pernambuco, onde o frevo domina o cenário local.
É lá onde acontece o maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada, no primeiro sábado de Carnaval, preservando as tradições locais. Eles tocam ritmos pernambucanos e desfilam sem cordões de isolamento. O ritmo e dança mais frequentes nesse desfile é o frevo, considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO no ano de 2012, sob a designação “Frevo: Arte do Espetáculo do Carnaval do Recife”. A etimologia da palavra “frevo” vem de “ferver” (“frever”, por corruptela), significando agitação, rebuliço, aglomerados de pessoas espremidas indo e vindo, tal como é visto no Carnaval. Logo, a ideia dessa dança é fazer o povo “ferver” ao som da música.
Surgido no fim do século XIX, o frevo caracteriza-se por seu ritmo extremamente acelerado. Sua música funde gêneros como marcha, maxixe, dobrado e polca, e sua dança foi influenciada pela capoeira. Mesmo existindo mais de cem coreografias diferentes, não há uma regra exata. A liberdade e a improvisação são a marca dessa dança, assim como os figurinos: há o figurino especial para os dias de apresentação, mas cada um se veste como preferir. Porém, a sombrinha não pode faltar. Ela é o símbolo do frevo e dá um colorido todo especial às acrobacias feitas pelos dançarinos.
O frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval para proporcionar mais animação nos folguedos. Com o decorrer do tempo, o frevo ganhou características próprias. E, em reconhecimento à importância do ritmo e a sua data de origem, em 9 de fevereiro de 2007, a Prefeitura do Recife comemorou os cem anos do frevo durante o carnaval.
São grandes nomes do frevo contemporâneo de Pernambuco: SpokFrevo Orquestra, Alceu Valença, Claudionor Germano, Gustavo Travassos, Almir Rouche, Carlinhos Kaetés, Marron Brasileiro, Ed Carlos, Nena Queiroga, André Rio, entre muitos outros.
Existem três tipos de frevo: o de rua, que não tem letra de música, apenas o ritmo eletrizante de trompetes e trombones; o frevo de canção, que é apresentado em clubes e é cantado; e o frevo de bloco, de ritmo mais lento, com vozes femininas acompanhadas de violão, bandolim e outros instrumentos de corda.
É uma festa imperdível que merece ser cada vez mais valorizada. Em sua próxima viagem ao nordeste no Carnaval, prepare sua sombrinha multicolorida e considere dar um pulo – ou vários pulinhos – em Pernambuco.
Autora:
Andressa Gatto atua como tradutora desde 2005, revisora desde 2010 e intérprete de conferências desde 2017. É Bacharel em Letras (Português – Inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduada em Tradução de Inglês pela Universidade Gama Filho e formada em Interpretação de Conferências (com especialização em Interpretação na Área de Saúde) pela Interpret2b.
Atualmente é responsável pela tradução e revisão de legendas de filmes e séries para os principais provedores de serviço de streaming do mercado, tendo legendado também para canais brasileiros e internacionais de TV a cabo, DVDs e até festivais de cinema.
Ama a profissão e acredita que, se cada um fizer a sua parte, a categoria será cada vez mais valorizada. Assim sendo, luta incansavelmente para mostrar a importância do trabalho no mundo das letras. Fã de poesia e musicais. Mãe coruja.
Editora: Meg Batalha