Negócios e tradição: a tênue linha no Japão!
Conhecimento da Cultura Japonesa a Serviço dos Negócios
O sucesso em uma negociação com japoneses pode depender de dois fatores que, apesar de complicados, têm solução e podem se tornar seus aliados: o idioma e a cultura. Aqui estão algumas dicas e recomendações que podem fazer a diferença em uma reunião de negócios com japoneses, e evitar constrangimentos ou mal-entendidos.
Fator 1: Você também não prefere negociar em seu idioma?
O primeiro ponto e fundamental é a comunicação. É fortemente desejável ter todo o material da apresentação traduzido de forma correta e elegante para o japonês. Segundo pesquisa realizada pela Common Sense Advisory, consultoria internacional do mercado de tradução, 75% dos entrevistados preferem comprar produtos em sua língua materna. Para países como o Japão e a França, mais de 60% dos consumidores compram somente em sites cujo conteúdo seja traduzido ou original em seu idioma, e essa porcentagem aumenta ainda mais quando se trata de assuntos financeiros ou de investimento.
Para que a comunicação flua de forma natural e precisa, sem situações de constrangimento ou dúvidas, a presença de um intérprete qualificado e familiarizado com a cultura japonesa fará toda diferença.
Fator 2: A cultura a ser respeitada nos negócios
Com esse suporte, o próximo passo é facilitado: conhecer alguns aspectos da etiqueta de negócios adotada no Japão. Há uma longa lista do que é correto e do que é considerado desrespeitoso. Obviamente, não se espera que um estrangeiro tenha conhecimento profundo de todas as regras. No entanto, as próximas 3 dicas podem fazer toda diferença, mostrando respeito e consideração por essa cultura milenar e tão peculiar.
Vamos às gafes a serem evitadas:
- Cartões de visita: há algum protocolo para isso?
Sim! Muitas pessoas já conhecem este protocolo, mas mesmo parecendo clichê, é sempre bom relembrar, para garantir a melhor primeira impressão possível!
Posicione-o de tal forma que a pessoa o receba na direção correta, sem ter que virar o cartão para conseguir lê-lo. Ao entregar seu cartão de visita, é preciso fazê-lo com as duas mãos. Receba o cartão também com as duas mãos e leve alguns segundos lendo-o atentamente.
É indicado verificar o nome da pessoa. Chame-o pelo sobrenome, acrescentando o título honorífico “san” ao final, que na tradução literal para o português significa “senhor” ou “senhora”. Não há distinção entre feminino e masculino.
Não tenha pressa em guardar o cartão. É costume deixar o cartão sobre a mesa durante toda a reunião, mantendo-o de forma ordenada, indicando um cuidado no manuseio das informações da contraparte.
- Onde se sentar? Para isso também tem regra!
Para evitar aquele momento constrangedor no qual ninguém sabe ao certo onde se sentar, uma regra básica que pode ser aplicada é: as pessoas de cargo mais elevado sentam-se na posição mais distante da porta de acesso. Então a mesma regra pode ser usada para clientes e parceiros de negócios. Como indicado na figura abaixo, o visitante cujo cargo é mais alto senta-se ao meio, havendo uma correspondência do lado brasileiro, de acordo com os cargos.
Ao chegarem ao local da reunião, os japoneses não costumam chegar e já ir ocupando lugares e se acomodando como se estivessem em casa! A expressão “não faça cerimônia” não se aplica ao Japão. É costume esperar o anfitrião indicar o lado em que sentarão. Nunca aponte o local com o dedo indicador. É recomendável indicar os lugares com a palma da mão aberta e virada para cima.
- Na hora de ir embora: cuidado até o último minuto!
Já participei de uma rodada de negociação na qual eu (intérprete) e os visitantes japoneses entramos numa van rumo ao aeroporto e no mesmo minuto em que fechamos a porta, o anfitrião brasileiro virou as costas e entrou no escritório. A impressão causada nos japoneses foi a de que estávamos tomando o tempo do nosso anfitrião, que aparentemente queria “nos despachar” o quanto antes! Demos risada da situação, mas não foi nada simpático! No Japão o anfitrião se mantém com a cabeça abaixada do momento em que o cliente entra no carro, até o momento em que o carro se perde de vista, ou vira a esquina. Obviamente não se espera que se curvem para se despedir, mas a atitude de se manter na porta indica respeito ao visitante. No caso de se despedir no elevador, a regra é a mesma. O anfitrião chama o elevador e se for o caso, aperta o botão do andar onde se encontra a saída. A despedida dura até a porta do elevador se fechar.
Na cultura nipônica, o “Omotenashi”, que pode ser traduzido como hospitalidade ou cortesia, mas cujo significado é muito mais profundo, tem uma importância ímpar. Retribuir essa cordialidade, além de ser uma gentileza que não faz mal a ninguém, pode ser um fator determinante para a tomada de decisão. Além dos já famosos métodos de produção e organização idealizados pelos japoneses, e bastante aplicados no Brasil, aprender sobre esta cultura tão peculiar e usar este conhecimento a favor dos negócios, só pode trazer grandes benefícios.
Afinal, economizar recursos financeiros e humanos pode não compensar quando o conhecimento da cultura e seus protocolos podem ter tanta importância assim. E você não vai querer arriscar pôr tudo a perder, não é mesmo?
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Anna Lígia Pozzetti – Intérprete e tradutora de japonês e inglês
Revisão: Adriana Kauffmann – Intérprete e tradutora e Nani Peres
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