Intérprete simultânea: nômade digital?

Tradução Simultânea Remota como Nômade Digital

Autora: Jacqueline Moreno

Revisora: Nani Peres

Desde que o mundo ficou mais digital, a minha casa passou a ser a extensão da natureza. Eu preciso desse estado de fluxo para a minha saúde integral.  E foi em visita de rotina com a minha médica, que ela me receitou:

–  Seu melhor remédio é o mar.

E assim tenho colocado em prática a vital recomendação. Tenho conciliado expedições ecológicas como ambientalista produtora de conteúdos  e tradutora/ intérprete simultânea. A mochila de trabalho é preparada com três itens vitais:

  1. Além de contar com a rede de internet de fibra óptica do local de hospedagem, levei o telefone rural que duplica o sinal de recepção da operadora do chip. Essa dica dá uma segurança extra para evitar quedas de transmissão.
  2. Dois notebooks conectados: um na rede do local e outro na linha do telefone rural.
  3. Dois fones de ouvido com microfone dedicado (um para cada notebook) a fim de deixar tudo conectado em caso de necessidade de ouvir o equipamento reserva.

Atitudes preventivas e proativas essenciais também vão na bagagem, a fim de afinar os instrumentos para o nosso labor sagrado:

  1.     Solicitar que os palestrantes também usem os fones de ouvido com microfone dedicado.
  2.     Atualizar a plataforma do evento para evitar inconsistências tecnológicas (os famosos bugs).
  3.     E como sempre, entrar meia hora antes no link do evento a fim de garantir o pleno funcionamento, principalmente se houver a presença de vários idiomas com outros colegas.

De nômade para órfã digital

E quando inesperado acontece e a população local fica com sinal de internet instável e pacote de dados reduzido por conta de uma operação policial?

Isso já aconteceu comigo uma vez e ao invés de nômade, passei a ser órfã digital. Por precaução, antes mesmo de deixar o meu home office, montei uma equipe de duas intérpretes, além de mim.  Essa atitude foi providencial, pois caso eu ficasse fora do ar, a equipe seguiria o fluxo sem prejudicar a qualidade. O cliente foi avisado com antecedência e ficou muito satisfeito com o zelo como também com o resultado final.

E o mais legal foi ter tomado um “banho” de floresta e um mergulho no mar para comemorar o sucesso coletivo alcançado.

 

 

Jaqueline Moreno: tradutora e intérprete simultânea com experiência na área médica científica. É integrante da rede CAT.