Fluxo da Vida = Saúde Mental

Os CATaloguistas buscam qualidade de vida e se conectam com o fluxo da vida

A letra de Walter Franco “tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo” traduz harmoniosamente o tema da saúde mental e o tão sonhado equilíbrio dentro do nosso tempo e espaço. O momento atual pede cautela para lidar com tantas incertezas e as rápidas mudanças que chegaram para ficar.

Manter a mente quieta, espinha ereta, coração tranquilo – Walter Franco

 

O século 21 já nasceu repleto de inovações digitais com inteligência artificial, notificações, atualizações constantes e ainda por cima, nos fazendo sentir na obrigação de deixar nossas pegadas nas redes sociais a fim de alimentar e conquistar mais seguidores. Nas 15 horas diárias em média que potencialmente estamos de olhos abertos, devotamos muitas horas entre o trabalho e o mundo cibernético.

E agora, então, com a pandemia do Covid-19, quando estamos trabalhando em home office, sair da telinha do celular e do computador é fundamental para a saúde mental integral que leva em consideração o movimento corporal, a quietude da mente e a serenidade das emoções. E como podemos atingir esse nível de comprometimento com a nossa própria saúde?

Um importante passo é viver o “aqui e agora”. O presente é o único tempo que cabe na realidade. A meditação, seja ela estática ou dinâmica, disciplina o cérebro para viver o momento presente. Isso faz a ansiedade baixar e o contentamento ganhar mais terreno. É como jardinar a sua própria existência.

Exercícios físicos são também fontes de prazer e de investimento na saúde. Você já viu o bem-estar que sentimos quando estamos em contato com a natureza? O sol é um excelente marcador de alegria. Diversos estudos já demostraram que a luz solar influencia a produção de alguns neurotransmissores (substâncias produzidas no cérebro), como a serotonina e a melatonina.

Optar por “alimentação viva” ou seja, frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, e pobres em açúcar e carboidratos artificiais e proteínas animais favorece a sensação de satisfação e a sustentabilidade planetária.

Manutenção da saúde no Catálogo de Tradutores

Conversando com colegas da rede profissional Catálogo de Tradutores, foi recompensador saber que há muitos de nós trilhando essa estrada em busca de alimentar a saúde mental com criatividade, como também como os pés plantados no solo da preocupante realidade que estamos vivendo no mundo, em especial no Brasil.

Paul no seu home office

Paul Connolly, tradutor e intérprete, tem consciência da atual crise sanitária e da perda de vidas que poderia ter sido evitada: “Este ano eu já perdi cinco pessoas da minha convivência, pessoas jovens e cheias de vitalidade. Eu tive Covid 19 logo no início da pandemia e ainda bem que foi assintomática”, revelou a sua insatisfação. Ao mesmo tempo,  mantém o foco no seu bem-estar, no bom relacionamento com familiares e amigos e na manutenção do sucesso dos serviços prestados agora 100% online. “Eu sou americano, mas tenho o Brasil como segundo lar. Quero continuar acreditando em melhores dias no país em que moro há 40 anos e que aprendi a amar”.

Ana Ruth e família

Ana Ruth Kleinberger, intérprete e tradutora juramentada, diante de tanta tristeza de perder amigos e conhecidos para esta “horrível doença”, destacou a lição aprendida: “a alegria de ter à disposição“ o bem mais precioso – o tempo. Pela primeira vez, em vez de correr de um trabalho a outro, de emendar uma escrita na outra, surgiu o tempo, maravilhoso e assustador, que nos permitiu olhar para dentro de nós mesmos e descobrir como verdadeiramente somos, e descobrir coisas boas e outras nem tanto – essas podemos mudar. Agora é a hora de trabalhar para sermos hoje melhores do que ontem, e amanhã melhores do que hoje. Tempo de reflexão, tempo de perceber que menos é mais, que não precisamos de tantas coisas e sim de mais pessoas em nossa vida. Tempo de ajudar e ser ajudado. Tempo de estudar coisas novas, tempo de descobrir novos horizontes.

Mãe e filho na Holanda
Carolina no seu caminhar com Carlito

Carolina Mayda, intérprete e tradutora juramentada, anda passando por intermináveis transformações desde que a pandemia começou: recém casada, havia mudado de país (hoje mora na Holanda), e tornou-se mãe. Também teve que se adaptar a trabalhar remotamente e fazer da sua casa, seu escritório com marido e bebê dentro. Carlos nasceu no meio de contínuas ondas de mudanças, o que por um lado foi muito positivo porque fez sua mamãe ficar literalmente presente. ”Preferi focar na seletividade das informações com o consumo justo e necessário de notícias vindas de fontes oficiais como OMS, Organização Mundial da Saúde e jornais confiáveis. Aprendi a trabalhar remotamente e a buscar estar bem para passar tranquilidade para meu filho. É uma questão de preservação mesmo. O relacionamento com o meu marido também é uma grande motivação, mas não deixo de lado o tempo que guardo só para mim. Se a casa não pode ficar arrumada o tempo todo, paciência. Se não tiver vontade de arrumar o cabelo, que seja, ótimo! O lazer se tornou mais importante ainda, apesar de amar trabalhar. Pedalar, caminhar, ficar em casa fazendo nada são hábitos que alimentam a minha saúde mental e têm me feito muito bem”.

 

Patrícia intérprete de espanhol em Brasília
Patricia em seu ano sabático

Patricia Flores, designer, tradutora e intérprete, medita, faz terapia e escolheu viver ainda mais no tempo presente. “As incertezas, eu entrego ao universo. A gente não tem controle sobre nada. Eu e meu ex-marido colocamos em prática a guarda compartilhada das nossas duas crianças, o que me fez ter mais tempo para mim.  Estou aprendendo a me sentir mais leve, mais concentrada nas tarefas. Um ano sabático voltado para o meu autoconhecimento. Tem sido uma boa experiência, apesar da realidade que estamos enfrentando. Acredito que tenho instrumentos para me manter tranquila e aprender a dialogar e a escutar internamente e externamente. Moro perto da natureza e isso me ajuda muito, tem até uma cachoeirinha. Mudança faz parte da minha vida e estou aprendendo uma nova forma de lidar comigo mesma e com os outros”.

sol nascente em Salvador
Jacqueline e o sol nascente

Jacqueline Moreno,  produtora de conteúdo, intérprete e tradutora. Fazer da felicidade um hábito e não uma busca frenética e inalcançável. Esse é um lema que também compartilho com vocês. Aproveito para compartilhar algumas dicas que me deixam com muita vontade de viver: acordo cedo com o nascer do sol, medito, faço exercícios físicos, me alimento de bons pensamentos, escolho uma trilha sonora para contracenar com as cenas inéditas de cada dia, faço da casa meu santuário e coloco ainda mais amor no que faço. Como ativista e voluntária, acho fundamental abraçar causas socioambientais e de direitos humanos. As amizades são essenciais, assim como a família, a vida a dois e a maternidade à distância. Aprender a aprender é o ar que eu respiro.

Assim o tempo e a vida se encontram no fluxo do caminho. Vamos trilhar juntos essa jornada e que seja assim por longos e saudáveis anos! Para todos nós com os nossos laços, como num mantra: “Viver é afinar o instrumento, de dentro para fora, de fora para dentro. Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”,

E você? Como faz para se manter no fluxo da vida?

Autora do texto: Jacqueline Moreno

Revisora: Mônica Peres

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