A IA pode traduzir, mas não sente sutilezas que só um humano percebe
Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) tem transformado a forma como o mundo se comunica. Ferramentas como Google Tradutor, DeepL e outros sistemas baseados em IA tornaram possível compreender textos em outros idiomas em segundos. Mas, quando falamos em tradução de qualidade, contextualizada e emocionalmente fiel, surge uma pergunta essencial: será que a IA realmente entende o que traduz?
A tradução não é só sobre palavras; é sobre intenções
A tradução humana vai muito além de substituir termos de um idioma por outro. Ela envolve interpretar intenções, tons, emoções e contextos culturais. Um tradutor humano compreende quando uma expressão é irônica, quando uma palavra tem um duplo sentido ou quando um termo precisa ser adaptado para respeitar uma cultura ou um público específico.
A IA, por mais avançada que seja, ainda trabalha com padrões estatísticos e dados prévios. Ela reconhece estruturas, mas não emoções. Ela não entende o humor, o subtexto, nem as entrelinhas que um humano percebe naturalmente.
A expressão inglesa “Break a leg” significa “Boa sorte” no contexto artístico. Um tradutor automático, sem entender o contexto, pode traduzir literalmente para “Quebre uma perna”, o que muda completamente o sentido.
Ou ainda, quando alguém diz “He’s on fire!” durante um jogo de basquete, a IA pode traduzir como “Ele está pegando fogo”, enquanto o tradutor humano entende que “Ele está jogando muito bem”.
Essas sutilezas mostram que traduzir não é apenas trocar palavras, é comunicar intenções.
As limitações da IA na tradução
Sistemas de tradução automática aprendem com grandes volumes de textos, mas nem sempre conseguem captar as nuances linguísticas. Palavras com significados múltiplos, expressões idiomáticas e variações culturais são alguns dos pontos em que a IA costuma falhar.
Além disso, há temas que exigem sigilo, ética e empatia, como traduções médicas, jurídicas ou de acessibilidade (como Libras e audiodescrição). Nesses casos, a IA pode ser uma ferramenta de apoio, mas não substitui o julgamento e a responsabilidade de um profissional qualificado.
Imagine, por exemplo, a tradução de uma piada, um poema, ou até de um termo técnico usado de forma metafórica. Um tradutor humano identifica a intenção por trás da mensagem e busca o equivalente emocional e cultural no outro idioma, algo que um algoritmo não consegue fazer com sensibilidade.
Por fim, o que dizer da literatura experimental: já imaginou o resultado de uma tradução automática de um Guimarães Rosa ou um José Saramago? Pois é…
A importância do toque humano nas experiências acessíveis
Quando falamos em tradução dirigida a acessibilidade, como Libras e audiodescrição, o papel humano se mostra ainda mais essencial. Tradutores e intérpretes não apenas convertem informações, eles (re)constroem pontes entre as pessoas.
Em uma audiodescrição de um filme, a IA pode simplesmente narrar o que vê: “homem caminhando na rua”. Já um profissional humano observa o contexto: “um homem anda apressado, com os olhos arregalados” captando emoção e intenção.
Da mesma forma, na tradução para Libras, a escolha do sinal pode variar de acordo com a expressão facial ou o contexto emocional da frase que nenhum algoritmo compreende.
Uma legenda ou descrição feita por um humano leva em conta todo o conjunto de signos e elementos de uma cena, o ritmo de uma fala, a intenção de um olhar, a sequência narrativa ou do discurso… É esse cuidado que torna a comunicação verdadeiramente inclusiva e sensível.
No Catálogo, a tradução tem sentimento, propósito e precisão
Nosso Catálogo reúne profissionais que entendem que traduzir é um ato de empatia e conexão. São tradutores e intérpretes especializados em diversas áreas, da técnica à cultural, do audiovisual à científica, da engenharia à medicina! São, antes de tudo, pessoas que unem conhecimento e sensibilidade para que cada palavra e ideia faça sentido no contexto certo. A tecnologia pode traduzir. Mas só o humano comunica de verdade.