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Por que o som em eventos importa?
Tradução: Patrícia Flores Revisão: Adriana Kauffmann Por que os intérpretes dizem que precisam de um som melhor do que os ouvintes em geral? E qual é o problema da qualidade do som na videoconferência? Aqui vai um guia rápido Por que o intérprete está dizendo que a qualidade do som não é boa o suficiente? Eu consigo ouvir o palestrante muito bem! Há duas questões aqui: 1 – A primeira é que os intérpretes precisam ser capazes de ouvir o orador para fazer seu trabalho. 2 – A segunda é que, para os intérpretes, o som é uma questão de saúde ocupacional – precisamos proteger nossa audição. Som a ser interpretado Primeiro, em uma conversa normal – online ou no mundo real – as pessoas nem sempre ouvem cada palavra que é dita. Longe disso. Passa um caminhão, está ventando, a conexão de internet cai, ouve-se um chiado, etc. ou um zumbido, etc… Porém, nossos cérebros preenchem os espaços em branco à medida que avançamos, com base em nosso domínio inconsciente do contexto, gramática e formas de uso em nossas línguas nativas. O cérebro do intérprete, no entanto, quando atuando em uma interpretação simultânea, já trabalha em sua capacidade total ao ouvir uma língua estrangeira, analisar o contexto, traduzir e falar, tudo ao mesmo tempo! Os cérebros dos intérpretes não têm capacidade extra disponível para TAMBÉM preencher os espaços em branco criados por problemas de som. Portanto, precisamos de um som perfeito – um som melhor do que necessitam todos os outros na sala. Saúde Ocupacional Temos também a questão da saúde ocupacional. Os intérpretes escutam reuniões o dia inteiro e com muita frequência. Para as pessoas em geral, reuniões são muito menos frequentes e geralmente mais curtas. Som ruim Então, o que torna o som ruim? Não existe apenas uma causa, nem uma solução única para o som ruim nas videoconferências. É complicado. 1. Eco Usar microfones de baixa qualidade (geralmente embutidos em laptops); usar microfones bons posicionados de maneira incorreta (como falar muito longe ou não direcionado); ou estar em uma sala com paredes e piso nus que criam um efeito “oco” ou semelhante a um eco. 2. Ruído de fundo Oradores que estão do lado de fora, com a janela aberta, em restaurantes ou seus filhos e/ou animais de estimação que estão fazendo barulho em casa, transmitirão mais do que somente sua fala. 3. Chiados Conexões de internet, microfones ou placas de som de má qualidade em seu computador podem criar aquilo que é conhecido como ruído branco que soará como um chiado ou zumbido. 4. Cortes Conexões de internet Wi-Fi e fones de ouvido (ou microfones) bluetooth podem provocar cortes do áudio por frações de segundo repetidamente enquanto você está falando. Esta é uma representação visual do áudio ruim. Tente ler TODO o texto! 5. Diferenças entre os níveis de volume dos oradores Os participantes (cada um em sua própria casa ou escritório) usam equipamentos diferentes. Isso significa oradores com diferentes níveis de volume e qualidades de áudio. Todas as situações acima fazem com que os intérpretes aumentem o volume do som para ouvir adequadamente. Isto acaba provocando danos à nossa audição já que fazemos isso o dia inteiro, todos os dias. 6. Processamento de som, incluindo compressão dinâmica de som O som é processado antes de ser enviado pela internet, por exemplo, comprimindo-o dinamicamente. Entre outras coisas, esta compressão remove os micro silêncios do som. Você não perceberá mas de fato o som fica ruim. Ao remover micro silêncios do input de áudio, a compressão dinâmica priva o ouvido de qualquer respiro. Isso cansa o ouvido mais rapidamente e o deixa vulnerável a lesões. 7. Choque acústico Acontece quando o sistema de áudio provoca um som extremamente repentino e perigosamente alto. O choque acústico representou o maior risco à saúde em 2020, mas os casos diminuíram desde então. No entanto, algo semelhante a um choque acústico pode ser provocado pelas diferenças de volume descritas no item 5 acima. https://open.spotify.com/episode/7pgsTgIezCWGbWphID5dN4 Por fim, os problemas de qualidade de som durante as videoconferências afetam pelo menos de outras duas outras formas a saúde do intérprete. Eles agravam o fenômeno comprovado da fadiga do Zoom ao qual os intérpretes — que passam o dia ouvindo — são muito mais vulneráveis. E, em segundo lugar, a grande variedade de possíveis problemas significa que os intérpretes não podem mais CONFIAR no som que recebem, nem escolher uma única estratégia de mitigação eficaz. Este é um fator de estresse frequentemente esquecido, mas significativo, em uma profissão já estressante. Não há solução fácil. Várias pessoas e empresas são responsáveis pelos diferentes tipos de má qualidade de som em videoconferências (5) — participantes, provedores de internet, empregadores, plataformas RSI, etc… isto significa que todos eles devem trabalhar juntos para criar um som de qualidade e isto é raro que aconteça. É tudo isto também significa que é muito fácil colocar a culpa no outro. Algumas das plataformas atuais de RSI e videoconferência usadas por intérpretes podem oferecer som com qualidade de transmissão… para qualquer pessoa que use TODO o equipamento certo ADEQUADAMENTE. Consequentemente, agora estão felizes já que podem passar a responsabilidade para os participantes (6). OK, mas se você der uma olhada nas fotos em seus sites, não verá muitos microfones ou cabos ethernet. As plataformas sugerem aos clientes que não precisarão de nenhum equipamento para usar seu produto. Ao fazer isso, eles desestimulam a colaboração dos participantes na melhora da qualidade do som. Esse estado de coisas – com sua variedade de problemas e partes responsáveis – contrasta fortemente com a tradicional sala de reuniões , onde nenhum desses problemas existe. Isso porque em uma sala de reunião você tem um único setup técnico, microfones, cabos e conexões uniformes, que um ou mais técnicos, que estão fisicamente presentes, conhecem, controlam e podem ajustar imediatamente se necessário. Assim, intérpretes e participantes obtêm a mesma qualidade de som… e geralmente é perfeito. Esses problemas são reais e destacá-los e tentar resolvê-los não significa uma oposição dogmática às RSI. Porém, estes são problemas que afetam tanto nossa capacidade de realizar nosso trabalho quanto nossa saúde. Dois anos após o advento da Covid e das onipresentes videoconferências, as soluções, ao que parece, ainda estão muito distantes. **Nosso agradecimento e reconhecimento a Andrea Caniato e Cristian Guiducci, nossos gurus de som, que trilharam um caminho íngreme e muitas vezes solitário desde o primeiro dia da revolução da videoconferência. |